- Você disse "pra sempre".
- Hum?
- Você disse "vou te amar pra sempre".
- E daí? Eu te amo mesmo. Que conversa é essa, hein?
- Você não devia ter dito o pra sempre.
- Por que não? Não vai ser pra sempre, nós dois? É assim que tu pensa?
- Nós dois, mesmo que pra sempre, não significa amar pra sempre.
- O que está acontecendo, hein? Tu tá esquisita.
- Eu não acho que você vai me amar pra sempre.
- Por que diabos tu acha isso?
- Não sei bem ao certo... mas me soa tão absurdo amar alguém pra sempre! É pela vida toda, entende? E eu estou falando de amar mesmo, de sentir todas aquelas sensações esquisitas só de ver ou pensar na pessoa que se ama. Ninguém é tão especial assim!
- Então, pelo visto, tu não vai me amar pra sempre.
- Pelo visto não... quer dizer, talvez a gente fique juntos pra sempre. Você sempre vai ser importante pra mim porque você foi a única pessoa que me fez sentir todas aquelas sensações esquisitas misturadas de tal maneira a chegar a doer fisicamente. Mas, por mais que eu tente e insista comigo mesma, não sinto que o meu amor por você será eterno.
- Acho que tu tá confundindo amor com paixão, desejo. Realmente, daqui a alguns anos, a paixão entre nós já não vai ser a mesma... vai ter diminuído, eu imagino. Mas eu vou continuar te amando. Parece absurdo? Parece. Mas eu sei que é assim que vai ser.
- É, talvez... mas... hum... eu nunca disse "pra sempre".
- Por que tudo isso agora?
- Sei lá... é que você nunca tinha dito pra sempre, até ontem... e isso me assustou. Mas é tarde. Não leva muito em conta essas minhas bobagens, tá bem? Boa noite.
- Boa noite. Eu te amo... pra sempre.
- Também amo você.
- Não vai dizer pra sempre?
- Não.
Assim que amanheceu, ela já sabia, com uma certeza e confiança que nunca tivera antes na vida, o que fazer. Naquele dia mesmo, procurou um advogado para tratar da papelada e de todas as questões que envolvem um divórcio. Alegou que Marcos tinha prometido algo que jamais poderia cumprir, mesmo que pensasse que estava cumprindo. Quando contou num desabafo e numa falha tentativa de ser compreendida a história do "pra sempre" ao advogado, ele primeiro riu; depois, percebendo a expressão perturbada da cliente, aderiu ao ditado "com louco não se discute" e começou a preparar a papelada.
Eu, particularmente, não acho Maria tão louca assim.
- Hum?
- Você disse "vou te amar pra sempre".
- E daí? Eu te amo mesmo. Que conversa é essa, hein?
- Você não devia ter dito o pra sempre.
- Por que não? Não vai ser pra sempre, nós dois? É assim que tu pensa?
- Nós dois, mesmo que pra sempre, não significa amar pra sempre.
- O que está acontecendo, hein? Tu tá esquisita.
- Eu não acho que você vai me amar pra sempre.
- Por que diabos tu acha isso?
- Não sei bem ao certo... mas me soa tão absurdo amar alguém pra sempre! É pela vida toda, entende? E eu estou falando de amar mesmo, de sentir todas aquelas sensações esquisitas só de ver ou pensar na pessoa que se ama. Ninguém é tão especial assim!
- Então, pelo visto, tu não vai me amar pra sempre.
- Pelo visto não... quer dizer, talvez a gente fique juntos pra sempre. Você sempre vai ser importante pra mim porque você foi a única pessoa que me fez sentir todas aquelas sensações esquisitas misturadas de tal maneira a chegar a doer fisicamente. Mas, por mais que eu tente e insista comigo mesma, não sinto que o meu amor por você será eterno.
- Acho que tu tá confundindo amor com paixão, desejo. Realmente, daqui a alguns anos, a paixão entre nós já não vai ser a mesma... vai ter diminuído, eu imagino. Mas eu vou continuar te amando. Parece absurdo? Parece. Mas eu sei que é assim que vai ser.
- É, talvez... mas... hum... eu nunca disse "pra sempre".
- Por que tudo isso agora?
- Sei lá... é que você nunca tinha dito pra sempre, até ontem... e isso me assustou. Mas é tarde. Não leva muito em conta essas minhas bobagens, tá bem? Boa noite.
- Boa noite. Eu te amo... pra sempre.
- Também amo você.
- Não vai dizer pra sempre?
- Não.
Assim que amanheceu, ela já sabia, com uma certeza e confiança que nunca tivera antes na vida, o que fazer. Naquele dia mesmo, procurou um advogado para tratar da papelada e de todas as questões que envolvem um divórcio. Alegou que Marcos tinha prometido algo que jamais poderia cumprir, mesmo que pensasse que estava cumprindo. Quando contou num desabafo e numa falha tentativa de ser compreendida a história do "pra sempre" ao advogado, ele primeiro riu; depois, percebendo a expressão perturbada da cliente, aderiu ao ditado "com louco não se discute" e começou a preparar a papelada.
Eu, particularmente, não acho Maria tão louca assim.